quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Ao entrar não deixe de se despir, pois essa é uma exposição coletiva descolada de pudor em que seus artistas se aventuram naquilo que de alguma maneira se inscreve na superfície, mas que se apresenta como uma luxação por baixo da pele. Não sei se posso dizer que nessa dobra, ora por cima ou por baixo, o lugar que os entrelaça é o do desejo, o corpo pode tê-Ios atraído pela ambiguidade fascinante de suas partes e, como por elas criaram-se tensões, estranhamentos e fascinação.

A partir de elementos que num primeiro momento se apresentam como fragmentos e sombras não deixam de fazer emergir valores simbólicos e neste cenário, o aporte mais imediato faz menção a etnologia à História do corpo, mas sem cronologia, pelo fato de que tiveram nesse estudo tomar o homem/mulher em seus cotidianos recortando e recolando aquilo que mais os interessava.

Esses Artistas, novos Artistas, se banham nas nervuras da carne subjetiva apelando para a sensibilidade dos olhares de outros, para que vasculhem em suas interioridades o sentido de seus corpos: - de suas carnes e de suas tensões.

A exposição está organizada em dois ambientes na Galeria De La Rocque Soares/Esmac. Obras em fotografias, fotografias-objetos e vídeos, de Alan Rosa, Elaine Roseno e Douglas Caleja. Os três artistas encarnam formas de sentir e pensar o corpo por dentro e por fora.

Será parafraseando Mary Douglas: "O que esculpimos na carne humana é uma imagem da sociedade"?




Sanchris Santos
Curadoria da Exposição
Coordenação do curso de Artes Visuais e da
Galeria De La Rocque Soares/Esmac

Os artistas Alan Rosa, Elaine Roseno, Douglas Caleja e a curadora Sanchris Santos.

Obra de alan Rosa
Obra de Elaine Roseno

Obra de Douglas Caleja

Fotos de Arlete Soed

Seguidores